terça-feira, 14 de agosto de 2012

Vereadores de Realeza apóiam movimento grevista na UFFS


A tribuna da Câmara de Vereadores de Realeza foi utilizada pelo movimento grevista da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), na sessão desta segunda-feira (13). Docentes e técnicos administrativos da instituição aproveitaram o espaço para esclarecer alguns pontos sobre a greve nas instituições de ensino superior no país, em especial na cidade de Realeza. Durante a sessão, os vereadores manifestaram apoio ao movimento grevista, por meio de moção de apoio, elaborada pelo vereador Jayme Rogério Taube (PT).

Um dos pontos esclarecidos foi sobre a inauguração da sede definitiva da UFFS – Campus Realeza que estava prevista, inicialmente, para o mês de agosto. “Deve ficar claro para esta Casa de Leis e também para a população em geral que a inauguração do campus definitivo não ocorreu em função da greve, mas sim pela não conclusão das obras. Não estamos aqui para atrasar projetos”, enfatizou o professor Marcos Beal.

Representando os docentes da instituição, o professor Marcos Beal resumiu as reivindicações da categoria em quatro eixos, sendo a defesa do caráter público e social que as universidades possuem; a garantia de mais recursos para a educação, com destinação de 10% do PIB (Produto Interno Bruto); o aumento da democracia interna nas instituições e a reestruturação da carreira.

Com relação aos técnicos administrativos em educação, o técnico em assuntos educacionais Ivandro Carlos Valdameri enfatizou que essa categoria envolve diversos profissionais, como administradores, pedagogos, biólogos, jornalistas, entre outros, sendo que apresenta remuneração defasada desde 2007, quando foi realizada a última negociação com o governo federal. “Não possuímos uma data base para que haja a correção adequada para a nossa categoria. Somos constantemente massacrados por um governo mesquinho que sequer nos oferece reajuste”, destacou Valdameri.

Para o vereador Jayme Rogério Taube (PT), autor da moção de apoio ao movimento grevista, quando o trabalhador deflagra greve, seja do poder público ou da iniciativa privada, é uma forma de demonstrar seu descontentamento com a atual situação. “A Câmara de Vereadores de Realeza já apoiou diversos movimentos grevistas, pois isso é um instrumento legitimo e constitucional. A greve não está acontecendo apenas em Realeza, mas em todo o país, envolvendo até outras categorias de servidores públicos federais, não apenas os da educação. Quero parabenizar o comando de greve e esperamos que as negociações ocorram”.

História da greve em Realeza 2012

Os técnicos administrativos em educação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus Realeza aderiram à greve nacional da categoria no dia 2 de julho. Na mesma semana, os professores do campus Realeza também definiram pela greve. Atualmente, são mais de mais de 30 dias de paralisação das atividades.

Nesse sentido, tanto técnicos administrativos em educação como professores optaram pela união de movimento grevista para desenvolver as atividades de greve, como as comissões criadas em conjunto: ética, finanças, comunicação e mobilização.

Os acadêmicos da UFFS – Campus Realeza também confirmaram apoio ao movimento em assembleia, no dia 2 de julho. Os 111 estudantes que participaram do evento votaram favoravelmente pela paralisação das atividades acadêmicas em apoio a professores e técnicos administrativos em educação.

A partir disso, várias atividades foram desenvolvidas em conjunto, como a criação de um fundo de greve, calendário de atividades de mobilização, confecção de faixas e cartazes, organização de eventos e assembleias. Para divulgar essas atividades, o movimento paredista de Realeza conta com um blog (http://greveuffsrealeza.blogspot.com.br/) e uma fanpage no facebook (https://www.facebook.com/#!/pages/Greve-unificada-UFFS-Realeza/329038400514330).

Negociações com o governo federal

Os técnicos administrativos das universidades federais recusaram a proposta de reajuste de 15,8%, fracionado até 2015 feita pelo governo federal, na última sexta-feira (10). Para encerrar a greve, os representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) exigiram aumento de 15% em 2013, com a possibilidade de negociação de novos reajustes nos anos seguintes. Na tarde desta terça-feira (14), haverá mais uma rodada de negociações com os sindicatos e o Ministério do Planejamento.

Com relação aos professores, no dia 1º de agosto, o governo, após pouquíssimas reuniões, fechou um acordo com o Sindicato PROIFES, que representa apenas 15% dos professores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), e declarou as negociações encerradas. A proposta aceita por este sindicato não representa os interesses da categoria, em termos de reestruturação da carreira, e desconsidera as preocupações com as condições de trabalho, com a qualidade da educação pública superior, com a privatização do ensino público, e com a autonomia das IFES.

Diante desse cenário, o governo publicou uma nota reafirmando o fim da greve, notícia que foi desmentida pelo Sindicato ANDES (Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior), que tem a maior representatividade junto aos professores.

No momento, estão acontecendo Assembleias por todo o país, nas quais a categoria busca flexibilizar a sua proposta inicial, na tentativa de reestabelecer as negociações com o governo para que se chegue a uma proposta mais adequada e se evite a prorrogação do movimento paredista por muito mais tempo.





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